Tornou-se uma amiga a AlmaFada, muito consoladora, por sinal. Serve-me para nela despejar sentimentos vários, e não se queixa.
Quando a vida me corre mal logo penso que hei-de libertar a angústia ou a fúria nesta minha amiga. Coisas alegres ou fantásticas que me aconteçam, também me passa pela cabeça contar-lhas. Claro que na maioria das vezes não o faço, mas, outras vezes, sim.
A noite que passou resolvi que queria saber mais sobre Bach, sobre a sua música. De pc ao colo, no sofá da sala, pesquisei o que consegui, de artigo para artigo, na grande rede. Dediquei ao assunto umas cinco horas e fiquei com mais um cheirinho sobre o tema.
Depois de dormir duas horas (pude dar-me a esse luxo por estar de férias), cumprimentei o dia com a seguinte afirmação: "Sou completamente ignorante. Sei uma ínfima parte do conhecimento conhecido, quanto mais do putativo conhecimento".
Com esta constatação recorrente na minha vida, senti-me pequenina e impotente. Mas, depois de alguma reflexão, essa sensação deu lugar à alegria de perceber que, por muitos anos que viva, vou ter uma fonte inesgotável de seiva para me alimentar o espírito, sem qualquer risco de me deparar com o Nada para aprender.
P.S. Acho que o último sentimento que referi (o positivo) não passa de um remedeio para me conformar, sinto-me mesmo muito pequenina, pelo nada que sei e isso faz-me sentir tão insignificante... Pois, cultivar a humildade é A grande virtude.