domingo, 30 de setembro de 2012

O Pedro das farófias

Sentou-se no sofá da sala, ao lado da mulher a desejar uma Páscoa feliz aos portugueses.  Disse gostar de cães e de cozinhar. A melhor sobremesa que faz são farófias. Negou aumentos de impostos e corte de salários.
O povo acreditou e rejubilou. Elegeu-o.
Formou o menor Governo de todos e passaram a viajar em turistica, na Europa. Começou a aumentar os impostos e foi retendo salários: o desvio colossal assim o justificou. Aconselhou os jovens qualificados a emigrar, oferecendo ao estrangeiro o investimento que fizemos nessas pessoas
O povo aceitou, sofrido mas calado.
Chegaram os resultados dos sacrifícios. Aumento brutal do número de desempregados, receita fiscal com queda abrupta na área dos impostos sobre o consumo, falências na hora, aumento brutal do número de cidadãos a viver abaixo do limiar da pobreza. Perda de habitações e economia rebentada.
E as boas notícias? Redução do déficet (um mísero ponto percentual) e equilíbrio da balança comercial: as exportações de ouro aumentaram (vendido pelas famílias para responder às necessidades básicas), bem como a dos automóveis que haviam sido importados mas não se conseguiram vender por cá... As importações, por sua vez, tiveram uma forte quebra, traduzindo a redução dos rendimentos das pessoas e a sua baixa capacidade para consumir.
Entretanto as pessoas perceberam que estão pobres, a recessão está em roda livre, a rocha que parecia ser o Ministro das Finanças a demonstrar total incompetência face à assimetria escandalosa entre os números previstos e os números efectivos e o Borges a levar em frente a política das vendas em saldo e da aposta no empobrecimento das pessoas, apoiada pelo homem das farófias.
Quanto a demonstrar na Europa que a política seguida só nos pode conduzir à catástrofe, não se vê nada.
Por aqui estamos, nas mãos de um Governo incompetente, patético, mas que continua a seguir a cegueira da sua política: reduzir o valor do trabalho para atrair investimento estrangeiro. Acabar com o Estado social, por vontade própria.
Até à troyca e mais além.
Pedro, mataste-nos a esperança.
Pedro, vai...fazer farófias.